sexta-feira, 21 de junho de 2013

Parabéns, Primeira Dama!

Dona Luiza está de parabéns. Foi levar roupas aos mais pobres, aqueles que não tem acesso aos bens de melhor qualidade, especialmente agasalhos em tempos de inverno. Ela fez algo que não se via há muito tempo: uma primeira dama indo até o local onde estavam os necessitados, apertar-lhes a mão, conversar com eles, ouvir suas reclamações.
Ela foi até o local de trabalho de pais e mães de família, que dependem de seu salário para sustentar uma casa e que ao final do mês veem que lhes falta o mínimo necessário para dar conforto à sua família. Homens e mulheres que ali trabalham tem de complementar sua renda fazendo “bicos” que vão bem além das 44 horas semanais, ou seja, o tempo que supostamente seria gasto semanalmente para um trabalhador ganhar o suficiente para viver dignamente com sua família é apenas parte da jornada desses trabalhadores.
Certamente os agasalhos distribuídos por Dona Luiza ajudarão esses trabalhadores, pois lhes poupará o que seria gasto com esses produtos.
Enquanto abstração está tudo muito comum numa sociedade do mundo ocidental, mas aí vem o fato concreto que nos traz um problema a ser discutido.
Esses trabalhadores são servidores públicos, cujo ordenado mensal e os benefícios inexistentes são definidos por um grupo de pessoas comandado pelo marido de Dona Luiza, o prefeito Pupin.
Ora, sendo Dona Luiza uma pessoa de tanto destaque na sociedade e tão preocupada com o bem-estar desses servidores, nada melhor que pôr-se ao seu lado na sua luta por melhores condições salariais e conquista de benefícios. Muito mais do que receber doações para sua família, o trabalhador gostaria de ser decentemente remunerado e com seu salário prover todo o necessário aos seus.

Como diria algum ativista do Facebook: #ficaadica.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Um rascunho sobre o PAC


Um rascunho a ser trabalhado:

A experiência que estou vivenciando no PAC me fez repensar diversos conceitos já predefinidos, mudando minha perspectiva sobre alguns e reforçando o que já pensava sobre outros. Apesar de ter tido o privilégio de fazer duas graduações bastante relacionadas com o assunto, Ciências Sociais e Gestão Pública, confesso que analisava diversos desses aspectos sob o ponto de vista do senso comum.
Sobre aqueles aspectos que me fizeram repensar, posso citar:
 1. Parece muito óbvio dizer isso, mas não posso deixar de citar: Maringá tem muitas pessoas pobres. Das cerca de 2000 famílias com quem tive contato, pelo menos 80% sobrevive com menos de dois salários mínimos, tendo que, com esses parcos recursos, pagar aluguel, água, telefone, energia elétrica, alimento para eles e seus filhos (lembrando que com seus salários eles também deveriam ter direito ao lazer);
 2. Em sua maior parte os indivíduos dos bairros mais carentes de Maringá trabalham muito, se esforçam, mas seus salários são terrivelmente baixos. Falta de acesso à educação e falta de oportunidades colaboram com isso. Minha concepção equivocada de que esses indivíduos esperavam vida fácil caiu por terra. Mas sobre isso falarei mais adiante;

Entretanto, alguns conceitos permaneceram e foram ratificados pelo contato com a realidade:
 A. As Construtoras fazem mesmo o que querem. Eles recebem com pontualidade da Prefeitura, mas o serviço prestado é simplesmente vergonhoso. No caso das casas do PAC, depois de prontas, quase todas tiveram vazamento nos telhados quando da primeira chuva; metade das entradas de energia foram feitas fora do padrão da Copel, o que ocasionou atraso na entrega das casas e resserviço, e ainda a instalação inadequada de encanamento proporcionou vazamento em diversas casas. Me pergunto se serão punidos de alguma forma por todos esses transtornos causados à população que seria beneficiada;
 B. Os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) estão muito longe de funcionar como deveriam. As famílias que mais necessitam não tem sequer acesso à informação, por isso não fazem ideia dos benefícios aos quais tem direito. Os profissionais da área deveriam ir mais a campo encontrar essas pessoas, deixando o trabalho administrativo para pessoas contratadas e qualificadas para tal. Corrigir esse grave erro seria uma boa proposta para os futuros candidatos a prefeito, assim como fiscalizar seu funcionamento seria uma importante ação dos futuros vereadores;
 C. Continuando o que comecei no ponto 2, diferentemente daqueles que se esforçam para sobreviver, há também um grande número de indivíduos que deseja, sim, viver às custas do Estado, encontrando de forma artificiosa as maneiras de serem beneficiados pelo maior número possível de programas, mas vivem insatisfeitos com o que recebem. Não fazem ideia de que pessoas tão pobres quanto eles pagam seus impostos para que eles sejam beneficiados, sem praticar o mínimo esforço.
            Para que haja, de fato, um avanço social é preciso que se repense o que são políticas públicas. É preciso pensar o assunto de forma mais ampla, tentar incluir os que não tem acesso, fiscalizar os que recebem benefícios, sobretudo, tratar os indivíduos com menor acesso a recursos financeiros não como coitados, mas como cidadãos que devem ter assegurados seus direitos fundamentais. Ora, no aspecto da cidadania, é inviável cobrar desses indivíduos que ajam de certa forma para terem assegurados seus direitos e ao mesmo tempo permitir que um prestador de serviço, pago com dinheiro de todos, não cumpra de forma prevista em contrato, nós é absurdamente incoerente e incompatível com a democracia.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Pão, Circo e Salário


Numa data tão importante como o Dia Internacional da Mulher, é impossível deixar passar em branco a sua importância na sociedade, assim como dentro da administração municipal.

Elas fazem partes de todos os setores de atividade do município e desempenham suas funções de forma eficiente e dedicada. Dessa forma, merecem nosso respeito e, boa parte delas, também nossa gratidão. Cito o vice-prefeito Pupim, no café da manhã realizado no paço para meia dúzia de todas as servidoras:

“Vocês são guerreiras e merecem há muito tempo uma lei de equiparação salarial como essa. As mulheres fazem a diferença e estão avançando nas conquistas, estando cada vez mais à frente de grandes empresas. Agradeço o esforço de vocês para promoverem uma sociedade cada vez melhor e pelo trabalho dedicado à nossa comunidade através dos serviços prestados na Prefeitura. Vocês são polivalentes e merecem homenagens todos os dias do ano”.

Concordo plenamente com o vice-prefeito, espero que ele assuma nos próximos meses, mas, como eleitor, servidor e contribuinte que sou, não me posso furtar a fazer algumas perguntas à administração municipal:

 - se as servidoras merecem tanta consideração, por que não aprovar o PCCR e um aumento  generoso como o do primeiro escalão, para que mães, filhas ou esposas que são possam participar de forma ainda mais importante nas finanças de suas casas, ou simplesmente planejar melhor seu futuro?


Tenho certeza que seria muito mais útil para suas vidas do que café da manhã, sorteio de celular, cafeteira, bicicleta.

 - se essas mulheres honestas e trabalhadoras merecem respeito, por que permanece no cargo uma secretária (que deveria representar adequadamente essas mesmas mulheres) acusada de tantas irregularidades?

 - é louvável realizar eventos em homenagem a pessoas que merecem, mas se todas as servidoras são importantes, por que o café da manhã é realizado apenas no Paço?

Para completar meu esclarecimento, gostaria de saber: o que o SISMMAR fez em homenagem às mulheres nesta data?

quarta-feira, 7 de março de 2012

Perguntar não ofende

Na última segunda-feira, dia 05, o prefeito Silvio Barros II participou da reunião do Conselho de Administração da ACIM. Eis alguns pontos destacados pelo alcaide:

Implantação do ensino integral em 21 escolas, atendendo mais de 3,4 mil alunos;
Fechamento das contas de 2011 com superávit de R$ 24 milhões;
Hoje Maringá investe mais que as outras três principais cidades do Paraná juntas;

A ACIM, que durante as discussões sobre o aumento do número de veradores sempre se posicionou como "representante da sociedade civil organizada", fez protestos e que que constantemente se posiciona demonstrando autonomia que lhe é inerente, poderia questionar:

1 - Ótima a implantação do período integral nas escolas, mas por que faltam vagas na educação infantil?
2 - O fechamento com saldo de 24 milhões é ótimo, mas o que será feito desse recurso? Será aplicado ou ficará guardado para no próximo ano termo superávit?
3 - Investimos mais que as outras três cidades juntas, mas por que então a saúde é uma calamidade, as ruas esburacadas, o IDEB vergonhoso e os servidores mal pagos?

Acho que isso bastaria, mas um última pergunta seria bem adequada: por que se recusar a aprovar o PCCR dos servidores e ao mesmo tempo aumentar em 40% os salários do "primeiro escalão" da administração municipal?

terça-feira, 6 de março de 2012

Apenas bom senso

Em um momento em que se discute o aumento de salário dos servidores, diversos elementos vem corroborar o que tem sido defendido pelos servidores municipais, através do sindicato.

Apresentando os resultados satisfatórios do ponto de vista fiscal (prefiro parar por aqui esse aspecto do problema), vieram a público números relevantes, que devem ser considerados nas negociações entre sindicado e administração municipal:

 - o município fechou o ano com um saldo de quase 30 milhões de reais na fonte 1000, ou seja, recursos livres, passíveis de aplicação onde for necessário;
 - a folha de pagamento do município representa 37% do orçamento (não parece verdade, mas é, acredite!), sendo que o máximo permitido por lei é 54% e o limite prudencial 51,3% (uma coisa é ser responsável do ponto de vista fiscal, outra coisa é pagar "salário de miséria" apenas para "sobrar dinheiro" no final do ano);

No vídeo abaixo, indiferentemente de ser do PT, oposição, o que chama a atenção é a coerência do do vereador e contador Humberto Henrique que, de forma responsável, avalia a prestação de contas e faz uma proposta muito interessante.

http://youtu.be/03zlZzAjLLQ

Ora, se estamos com "dinheiro sobrando" em caixa, o PCCR dos servidores municipais, até então protelado por falta de recursos, pode muito bem ter seu projeto encaminhado à Câmara de Vereadores;

Se o percentual da folha de pagamento está em 37%, há alguma margem, digamos 7%, 10%, para não haver riscos, para um aumento salarial e não apenas a correção das perdas para a inflação.

Basta bom senso e coerência...nada mais que isso.

Reajuste dos Servidores Municipais


Há algumas coisas que não são fáceis de entender, e quando alguém tenta explicar ficam piores ainda, ou apenas mais confusas.

O cartaz abaixo está sendo divulgado pelo SISMMAR (Sindicato dos Servidores Municipais de Maringá) e refere-se à campanha salarial de 2012.

Reconheço que o percentual que estão negociando é bastante elevado quando comparados aos míseros 5 ou 6% recebidos nos últimos (e nos primeiros) anos da administração de Silvio Barros II, mas quando avaliado o argumento do sindicato, algo me incomoda muito. Vou explicar:

- em todas as ocasiões públicas em que convém, Silvio Barros II diz que sem os servidores não seria possível uma gestão tão eficiente, como no último dia do servidor público: “É uma honra fazer parte desta equipe que tanto faz à população e merece todo o nosso respeito”; ou “Os servidores são o maior patrimônio que temos e se não fossem eles não teríamos alcançado resultados tão positivos para a população maringaense”.

- o cartaz do sindicato diz algo semelhante, ao dizer que “sem servidor(a) a cidade para”;

- o mesmo cartaz informa que o aumento do prefeito e dos secretários foi de 40%;

- logo abaixo vem a frase da discórdia “queremos 14% de reajuste”; L

Que sem os servidores de carreira a cidade para, todos concordamos; que o sucesso de uma administração depende da dedicação e comprometimento dos servidores, idem.

Agora, por que então o salário dos secretários (superior a 7 mil reais) e o do prefeito (superior a 12 mil reais) serão reajustados em 40% e o dos servidores (sem os quais a administração não obteria o sucesso que divulga), que em sua maioria não ultrapassa os mil reais, será, na melhor e quase improvável hipótese, de 14%?


quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Saturday night

Galbraith disse certa vez que nada tolhe tanto a liberdade humana quanto a falta de dinheiro, e concordando ou não, eu estava prestes a sentir a realidade de tal afirmação na própria pele.
Era sábado a noite e eu estava sem dinheiro para sair, havia esquecido meus óculos no escritório e não podia ler, portanto tinha de ver televisão para passar o tempo e tentar me divertir um pouco.
O quadro não era nada animador, mas ao menos, apesar de vencido o pagamento, eu ainda tinha tv a cabo que, apesar de não ser o melhor pacote, ainda poderia encontrar um bom filme no AXN, na Fox, no People and Arts, ou em qualquer outro.
Mãos à obra.
A primeira coisa que me lembrei ao começar a procurar um bom programa foi que tv fechada vive de reprises. Estava próxima a semana do Academy Awards, o famoso Oscar (que como muitas coisas nos Estados Unidos foi instituído por um caipira, mas que como tantas outras deu certo – o grande segredo americano) e o People and Arts (aquele canal que faz reallity show de tudo, de navio pirata a família anã) estava passando exatamente os filmes que nunca teriam chance de ganhar um Oscar (excetuando Tears of the Sun, com Bruce Willis e Mônica Belucci que, concordem os críticos ou não, eu acho espetacular, e não so pelas belas cenas de combate, mas por alertar para uma tragédia humanitária, um genocídio desenfreado, esquecido pelo mundo).
Passei por muitos canais, sem excluir os canais abertos para, conforme pede o asno que muitos chamam de senhor presidente, honrar o que temos de bom, pois o Brasil tem muitas coisas boas a serem mostradas ao mundo. Boa!
No AXN encontrei algo que estava dentro do meu gosto. Incluía roubo de tecnologia militar por um ladrão profissional, que so sem importava com dinheiro (e obvio), espionagem, agentes chineses trabalhando clandestinamente nos Estados Unidos, traficantes de armas de alto nível procurando o mesmo material que o agente chinês e diversos elemento ligados ao terrorismo internacional interessados em comprar a arma, desenvolvida em Taiwan. Ao ler a sinopse nem sequer me preocupei em saber quem eram os atores, algo que geralmente me importa, mas era tamanho meu desespero que preferi ficar na parte que me havia encantado. O inicio da sinopse lembrou-me ate um livro de Forsyth, O Quarto Protocolo, em que um ladrão, ao roubar um colar de diamantes, acaba levando embora uma pasta onde se encontram segredos militares. Ele os envia secretamente para o SIS e acabam por descobrir um grande caso de entrega de segredos militares. Ótimo.
Nada disso.
Para começar o agente de Taiwan era Jet Lee. O contrabandista internacional era um outro asiático lutador de kung fu e o outro ladrão, esse americano, era um rapper negro (pleonasmo se não fosse a gloriosa exceção chamada Eminen) que não era o cara que faz o Pimp my Ride, nem o que faz o Triplo X 2 e nem um daqueles que cantam com o Justin Timberlake. Mas era rapper, e isso já e o bastante para fazer um filme de ma qualidade (agora incluo também o glorioso rapper branco, Eminen, que honrando seu papel de rapper faz um filme horroroso, chamado 5 Mille, que para não ser totalmente inútil, ao menos serviu de inspiração para a comedia de humor duvidoso, Todo Mundo em Pânico III).
Resultado negativo. A expectativa tornou-se decepção. O sábado que estava ruim ficou pior.